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VÓ IZOLDA E CÂMARA CASCUDO

Quando criança, minha avó costumava contar histórias na calçada da Fazenda Veneza. Desde histórias simples, de animais, até histórias mais complexas, que levavam 15 a 20 minutos para serem contadas.

Anos mais tarde, encontrei um livro que tinha muitas das histórias que minha avó contava: Contos Tradicionais do Brasil, de Câmara Cascudo. Comprei e dei de presente a Vó Izolda. Ela não conhecia o livro e ficou encantada por reencontrar algumas histórias e aprender novas.

Depois ela me contou que as histórias que contava vinham das noites em volta da fogueira, quando ainda era menina, e dos almanaques que lia depois que casou.

Em 2006, meu querido amigo Fabiano dos Santos e minha saudosa amada Andréa Havt organizaram um livro chamado 1001 Histórias do Ceará - Contos Populares.

Vó Izolda foi uma das contadoras de história entrevistadas e há duas histórias contadas por ela no livro: A Princesa Jia e A Astúcia da Rainha — minha história preferida entre todas que minha avó conta. Na minha cópia, tem uma dedicatória: "Para Eduardo, com agradecimento e carinho da Vó Izolda".

Eu que só comecei a gostar de histórias, e por conseguinte a escrever, por causa de minha avó, agora via as histórias contadas de minha avó ganharem a longevidade do papel. Um belo ciclo que se fechou, feito uma história bem contada.

PATHWORK - Mensagem às crianças

Entre os meus textos preferidos dedicados à infância, está um que não é livro, história ou conto de fadas. Trata-se de uma palestra de caráter espiritual, proferida pelo Guia do Pathwork e canalizada por Eva Pierrakos. Segue um pequeno trecho, em tradução livre:

"Em primeiro lugar, meus jovens amigos, se vocês puderem acreditar que existe mais do que aquilo que vocês podem ver, vocês abrirão bastante espaço em vocês mesmos para a sabedoria. E muitas coisas que são confusas para as pessoas deixarão de lhes confundir na medida em que vocês ficarem mais velhos. Porque você precisam saber que os adultos são tão confusos quanto vocês. A confusão surge frenquentemente porque vocês acreditam apenas naquilo em que podem ver e tocar, e essa é uma visão muito limitada. Quanto mais vocês considerarem a possibilidade de que coisas que vocês não podem ver ou tocar são frequentemente mais reais do que aquelas que vocês podem ver e tocar, vocês terão uma nova compreensão da vida.

"Outra coisa que eu gostaria de lhes dizer para lhes auxiliar é que não existe injustiça, mesmo se parecer que sim. Não desperdicem seu tempo reclamando sobre injustiça. Se alguém parece conseguir mais do que vocês, espere antes de fazer um julgamento definitivo sobre o assunto. Permitam-se considerar que pode haver coisas que vocês não podem ver, que vocês talvez tenha outras coisas que aqueles que vocês invejam não têm, e que existe uma longa cadeia de circunstâncias, ainda invisível para vocês, que faz com que o que parece uma injustiça seja bastante justo."

A palestra na íntegra, em inglês, pode ser encontrada aqui.

MANUEL BANDEIRA PARA CRIANÇAS

A Flipinha é a programação infantil da FLIP, e que acontece durante todo o ano com professores e alunos da rede municipal de ensino.

O homenageado da Festa Literária de Paraty deste ano, que começa hoje e vai até o dia 5, é Manuel Bandeira, o grande poeta de Pasárgada. O que nem todo mundo sabe é que Bandeira também escreveu para crianças e adolescentes. Vejam esse trecho do poema Balõezinhos:

Na feira do arrabaldezinho
Um homem loquaz apregoa balõezinhos de cor:
— "O melhor divertimento para as crianças!"
Em redor dele há um ajuntamento de menininhos pobres,
Fitando com olhos muito redondos os grandes balõezinhos muito redondos.

Alguns livros infanto-juvenis de Manuel Bandeira:
- Belo Belo e outros poemas;
- Trem de Ferro;
- As Meninas e o Poeta;
- A Aranha e outros bichos;
- Berimbau e outros poemas;
- Na Rua do Sabão;
- Para querer bem.